quinta-feira, 7 de maio de 2009

Homenagem a Boal

Quando o público, composto por pessoas comuns, tipicamente cotidianas, se viu finalmente como protagonista da fabulosa peça da vida, Deus resolveu ceifar a vida de um dos mais célebres gênios do teatro Brasileiro, responsável por colocar o povo no centro dos palcos.
Há heróis em toda parte, em cada esquina. Heróis, do modismo, da cópia repetida de várias outras versão do inacabado, idolatrado por centenas de intelectuais empiricos. Existem raras pessoas que mesmo diante da descrença do amor à vida, acredita na essência do ser humano. A palavra esperança, tem significado singular na arte do viver.
Então, o que faz de um ser normal feito de carne e osso, um herói? É unicamente o fato da oportunidade que se dá aos humildes de se mostrarem capazes. Individualismo, conceito retrógrado, perdido nas águas do tempo.
Deus, não permite pessoas luzentes se enraizar na terra, edificar-se.
O teatro do oprimido surgiu em meados dos anos 70, momento em que o Brasil passava pela intransigência da ditadura truculenta. Tinha como objetivo a abordagem de temas simples, como o cotidiano. Sua principal inovação era a participação em massa do público, que era pego de surpresa, passando a fazer parte do elenco, fundamental para a continuação do espetáculo. Boal queria mostrar para os diversos públicos que o teatro é composto pela simplicidade e a engenhosidade do talvez, anônimo.
Sua presença sem dúvida fará falta, mas seu trabalho permanecerá como protagonista nos grandes palcos do gira-mundo.

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