quinta-feira, 4 de junho de 2009

A partida

Condição lamentável essa de ser Quase, ainda mais quando depois do quase, vem o adjetivo poeta. Temos que fazer da nossa dor, motivo de inspiração e satisfazer poeticamente quem nos lê. Dá luz aos olhos e a imaginação. fazer voar os sentimentos por entre nuvens de formatos diversos. Ter a obrigação de emocionar casal recém formado em dias dos namorados.

Mas, ainda vou voltar, sei que um dia vou voltar, para meu tranquilo e sereno sertão e assumir novamente minha sina de matuto. Tirar do prego o chapéu de couro e a tardinha ganhar o mato à procura da rés perdida, e voltar já escuro puxando o cabresto, vitorioso e de peito inchado.

O sertão guarda consigo deveras aventuras e hábitos que só ele pode dá à vida prazeres distintos. Só vivendo nesse universo para conhecer tantas proezas juntas. E verás como nada disso é invenção. Quando puder, prometo que levo todos os meus leitores para lá. Tomarão leite no curral, bem quentinho, mugido na hora, com espuma. Depois seguiremos para o riacho e tomaremos um banho delicioso sob as águas caudalosas do Mearim.

A noite, sentar no alpendre e jogar conversa fora por horas perdidas no tempo. Chega um vento frio vindo das banda do Aracati, que às vezes anuncia chuva próxima.A iluminação à querosene deixa o ar mais campestre. Para ajudar no combate ao frio, pega-se uma tanga de rede, grossa e aveludada.

Depois que finda o final de semana, tudo volta ao curso normal. Inclusive a rotina, intediante. Acordar cedo e ter que tomar banho de chuveiro, a água tem sabor de q'boa e deixa o cabelo grosso e a pele ressecada.

Amores vãs. Prazeres também vãs. Na vida tudo passa e o que fica é a saudade. Sentimento que somente nós, latinos sentimos, com tamanha intensidade que chega a doer. Corroendo por dentro, deixando marcas.

É como lembrar da namorada que se foi sem disser adeus. Ficando apenas a lembraça e a dor da ausência. Malvada, se foi e nem deu tempo para me despedir, e levou minha alegria, sem deixar vestígio. Mas, superarei, como outras lembranças foram lembradas. Quando vencida, voltarei para o meu recanto e cantarei a aventura que foi viver longe de minha terra.

Ademais, um aperto de mão e até mais vê.

4 comentários:

  1. "Lembrança palavra triste" Mas lembrar é bom, nos remete a tempos passados com entes queridos, que já se foram.

    Belo textos, continue assim, espero o próximo.

    Ah, dedica um pra mim!

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  2. Adorei os textos, você tem talento, mas isso não é novidade pra mim.

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  3. Geisyane disse...

    Adorei! Muito lindo, continui assim, não desperdice o seu talento... vc vai longe! Bjus

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  4. ei garoto tudo bom??!! passei pra da uma força no seu site e ler mais alguns textos e confesso que adorei todos que li. Parabéns e vamos concerteza pulicar um livro, certo?!! Ronny

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