segunda-feira, 1 de junho de 2009

Entre quatro parades

Há coisas na vida da gente que ficam guardadas num cantinho esperando algo para se revelar. Como expressões, às vezes maliciosas. Pois eis uma que me tocou profundamente devido as circunstâncias e ao fato ocorrido. "Entre quatro paredes", Essa já virou jargão entre os amantes do sexo selvagem, servindo para a justificativa da transformação durante o ato. Mas, há certos equívocos na triste vida de um matuto como eu, dos autêntico, que coloca esses paradigmas em xeque. Pondo à baixo toda a estória construída nas relações amorosas.

Vou lhes contar o acontecido com esse cabeça chata, que vive no mundo da lua, à caçar sonhos perdidos e impossíveis. Dias atrás fui agraciado com uma casa novinha em folha, só esperando por mim, e mais a cambada de gente que me acompanhou; pois bem, continuando, fui conhecer a bendita mansão, olhei quarto por quarto, o quintal, a cozinha e depois de examinada a qualidade da construção fui-me embora. Dois dias depois volto de morada, de malas e cuias, como diz no meu interior. Durante a noite, enquanto tinha uma terrível dor de casa e por conta disso não conseguia dormir, fiquei a pensar, porque existo, e um negócio ficou a bater incansavelmente na parte semi-plana da cabeça. Minha casa não tinha quatro paredes, como as casas que conhecia, as normais que sempre via e entrava em algumas delas para tomar um copo de leite mugido na hora, pelas vizinhanças. Minha casa tinha cinco, uma a mais. Olhe onde me meti. Logo eu que sou ruim com os números. Já achava quatro muito, agora cinco, é um exagero, sem tamanho. Meu conhecimento de contação só permite contar dedos, e se estiverem desocupados.

Mas, tudo bem. Dá-se-a um jeito nessa contagem, pedirei ajuda para os universitários de plantão disposto a ajudar um jeca, que mal sabe escrever um ó de cócoras. E tão logo receberei o auxílio, me tranquilizarei.

Minha dispeita com os números vem desde de criança, dos tempo de disputa por bilas e carteiras de cigarros (simbolizava dinheiro). A briga era grande quando alguém sentia que estava sendo passado para trás. Pontapés, socos, chutes, e mais todo tipo de golpe era deferido durante a discussão. Mas, sempre fui quieto. Quando duvidavam de mim, entregava de imediato o objeto, sem espaço para intrigas ou coisa semelhante. Hoje, depois de grande e velho, me encontro em um novo impasse com os números, tendo que me valer de um sábio da modernidade para me tirar desse vexame.

Não me entrego assim tão fácil. Vou tentar, sozinho chegar a uma conclusão e solucionar o problema. Fiquei a miolar com o crânio, bicho-preguiça, funcionando lentamente, a passos de formigas.

O dia já mostrava as primeiras fagulhas de sol batendo na janela do meu quarto. De repente, a solução: derrubar a quinta parede, ficando tudo igualzinho a todos. Até minha dor de cabeça foi embora. Assim pude dormi tanquilamente, só acordando ao meu dia.

2 comentários:

  1. Poeta, que feio não saber contar (brincadeira). Esses troço de um montão de números, só veio mesmo para nos confundir.
    Que bom sua volta.
    Tudo nos eixos? Espero que sim.
    Abraço.
    Ah, dedica um texto pra mim.

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  2. Ao ler "Entre quatro paredes" não passou pela minha cabeça tão simples solução.
    Gostei muito! Acho que não serei mais a mesma. Difícil será para mim, depois do texto lido, não analisar agora parede por parede de qualquer contrução. (Risos)

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